terça-feira, 23 de outubro de 2012

Texto de aluna (do CEF 104 Norte) que concorreu nas Olimpíadas de Língua Portuguesa


Millena Castro Ribeiro. Número: 7ª série, turma E

Meu Lugar

Foi uma longa vida. Ninguém sabe ao certo como cheguei aqui, mas o que se sabe é que esse é o lugar onde passei a vida e encontrei o conforto e a paz de que precisava. Estou falando de Brasília, que perto das demais capitais é uma cidade nova, com 52 anos. É cheia de brilho, de monumentos, de muito verde, de muitos ipês que colorem o concreto cinza.
Fiquei por aqui pelas pessoas interessantes, pela diversidade de culturas feita com gente do Brasil e de todo o mundo. Mas, apesar de nova, essa nova capital é carregada de muitas histórias e sonhos que se concretizaram em histórias espalhadas por suas áreas descampadas e hoje cobertas de verde. O imponente lago Paranoá, azul e pronto, para umedecer mais o nosso ar. É uma dessas lembranças que vou contar a vocês. A minha história.
Vim de Minas Gerais e a vida me trouxe para uma Asa Norte ainda em construção. Naquela época era tudo tão simples se comparada com os dias de hoje era uma vidinha monótona. Lembro-me das crianças brincando de bete e de queimada nas ruas tranquilas, corriam sem medo para brincar de pique-esconde ou pique-pega. A pipa ainda impera até hoje, mas os carrinhos de rolimãs já não se veem pelas quadras.
Era a cidade dos meus sonhos. Aqui eu pensei em criar meus filhos. As pessoas agiam com muita simplicidade e todos se tratavam com respeito. Dos carnavais salvaram-se os blocos que cantavam as marchinhas antigas e as novas, sempre com severas criticas ao governo e à corrupção. Sem contar que aos domingos, íamos ao Eixão para caminhar, andar de bicicleta e tomar uma água de coco naquele calor escaldante. Hoje em dia esse programa dominical ainda é muito concorrido. Isso ficou de bom daqueles tempos.
Um dos ícones da cultura brasiliense eram as bandas de garagem – isso acabou, mas o sucesso dos hoje, velhos poetas, continua pelo mundo e ainda move multidões com suas músicas. Salve Legião Urbana, e Paralamas do Sucesso! Infelizmente os jovens de hoje não vivenciarão o brilho daquela época.
É claro que como toda cidade, Brasília também criou seus defeitos, mas nenhum deles encobre o que há de maravilha, de futurista, de encantadora.
Não posso me esquecer de que todos os problemas tornam-se pequenos perto do que vivi e construí. Apesar das dificuldades, Brasília resiste a tudo, é uma cidade ampla e possui um incrível céu de brigadeiro, que nos encanta a todos até hoje. Esse é o lugar onde vivo – lugar que me fez esquecer de onde vim; onde construí inúmeros momentos inesquecíveis. É o meu lugar.

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