Millena Castro
Ribeiro. Número: 7ª série, turma E
Meu Lugar
Foi uma longa vida. Ninguém sabe ao
certo como cheguei aqui, mas o que se sabe é que esse é o lugar onde passei a
vida e encontrei o conforto e a paz de que precisava. Estou falando de Brasília,
que perto das demais capitais é uma cidade nova, com 52 anos. É cheia de brilho,
de monumentos, de muito verde, de muitos ipês que colorem o concreto cinza.
Fiquei por aqui pelas pessoas
interessantes, pela diversidade de culturas feita com gente do Brasil e de todo
o mundo. Mas, apesar de nova, essa nova capital é carregada de muitas histórias
e sonhos que se concretizaram em histórias espalhadas por suas áreas descampadas
e hoje cobertas de verde. O imponente lago Paranoá, azul e pronto, para
umedecer mais o nosso ar. É uma dessas lembranças que vou contar a vocês. A
minha história.
Vim de Minas Gerais e a vida me trouxe para uma Asa Norte
ainda em construção. Naquela época era tudo tão simples se comparada com os
dias de hoje era uma vidinha monótona. Lembro-me das crianças brincando de bete
e de queimada nas ruas tranquilas, corriam sem medo para brincar de pique-esconde
ou pique-pega. A pipa ainda impera até hoje, mas os carrinhos de rolimãs já não
se veem pelas quadras.
Era a cidade dos meus sonhos. Aqui eu pensei em criar meus
filhos. As pessoas agiam com muita simplicidade e todos se tratavam com
respeito. Dos carnavais salvaram-se os blocos que cantavam as marchinhas
antigas e as novas, sempre com severas criticas ao governo e à corrupção. Sem
contar que aos domingos, íamos ao Eixão para caminhar, andar de bicicleta e
tomar uma água de coco naquele calor escaldante. Hoje em dia esse programa
dominical ainda é muito concorrido. Isso ficou de bom daqueles tempos.
Um dos ícones da cultura brasiliense eram as bandas de
garagem – isso acabou, mas o sucesso dos hoje, velhos poetas, continua pelo
mundo e ainda move multidões com suas músicas. Salve Legião Urbana, e Paralamas
do Sucesso! Infelizmente os jovens de hoje não vivenciarão o brilho daquela
época.
É claro que como toda cidade, Brasília também criou seus
defeitos, mas nenhum deles encobre o que há de maravilha, de futurista, de
encantadora.
Não posso me esquecer de que todos os problemas tornam-se
pequenos perto do que vivi e construí. Apesar das dificuldades, Brasília resiste
a tudo, é uma cidade ampla e possui um incrível céu de brigadeiro, que nos encanta
a todos até hoje. Esse é o lugar onde vivo – lugar que me fez esquecer de onde
vim; onde construí inúmeros momentos inesquecíveis. É o meu lugar.
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